"A Mulher Invisível tem uma trama bem amarrada e cheia de sacações. É um sinal claro de vida inteligente no cinema e no humor nacional. E a certeza de que cada um - do seu jeito - 'é solidão em busca de companhia'".
Pedro (Selton Mello) ainda acredita no conceito do casamento, enquanto que Carlos (Vladimir Brichta) não aceita a possibilidade de que um homem passe toda sua vida ao lado da mesma mulher. Os dois são colegas de trabalho em uma sala de controle de tráfego da prefeitura, onde podem bisbilhotar à vontade a vida das pessoas. Um dia Carlos fica preocupado com o amigo, devido ao estado depressivo dele ao ser abandonado por sua esposa, Marina (Maria Luísa Mendonça). O mesmo acontece com Vitória (Maria Manoella), vizinha de Pedro, que testemunha silenciosamente seu drama através de um buraco na parede. Até que subitamente alguém bate na porta de Pedro. Trata-se de Amanda (Luana Piovani), sua nova vizinha, que veio apenas lhe pedir açúcar. Com um jeito inocente e ao mesmo tempo sedutor, ela muda a vida de Pedro. Só que tem um problema: Amanda é invisível, sendo que apenas aqueles que a desejam muito consegue enxergá-la.
Infelizmente o brasileiro tá pegando a mania de estranhar quando assistem um filme nacional que o roteiro não seja a seca e a difícil vida no Nordeste ou a difícil vida na favela e a relação policial-bandido. Ou estranha mesmo quando assiste a um filme e se dá conta que não ouviu um barulho de tiro ou um palavrão. Enfim...assim somos nós.
A Mulher Invisível é um filme simples, porém com uma história um tanto peculiar.
Tem sacadas legais, há vários momentos em que o filme parece que vai terminar ali e continua. Merece seus devidos méritos, Selton Melo, claro. Além de ser um ótimo ator, ele consegue perfeitamente fazer as cenas em que está com Amanda, mas ela não aparece, como na cena da balada, ou do cinema. Também merece destaque, Fernanda Torres. Seu papel é bem minimalista, mas o diretor foi inteligente em colocá-la, pois mesmo fazendo poucas cenas, ela consegue dar um humor incontido nas cenas em que aparece. É como se as cenas em que ela aparece fosse um agrado ao espectador.
O desenrolar do filme é interessante. Pedro consegue tirar Amanda da mente e escreve um livro sobre o acontecido. Porém, Vitória, que ouvia sua vida pela parede do apartamento há 6 anos, aparece na vida dele exatamente como Amanda, e ele começa a achar que ela é invisível também. Então pede para Carlos checar se ela existe, mas ela já era alguém que Carlos admirava. Acontecem coisas, eles dois se enfrentam na frente dela e a obrigam a fazer a escolha, então ela vai embora e se muda de cidade. Três anos depois, Carlos, já casado encontra Pedro e lhe dá o endereço de Vitória (na qual ele publicou um livro com seu nome), ele vai e encontra o livro em sua mesa, e sim, tudo termina com um happy end.
E por fim, merecidamente o filme está concorrendo a um dos melhores filmes do Cinema Brasileiro 2010.
Playing: I'm Sticking With You - Velvet Undergound
Críticas furadas (ou não), filmes bons e ruins, opiniões, criações, pensamentos, enfim...um lugar de expressões criadas entre paredes roxas.
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