Esse título, vendo por um lado feminista, parece alguém falando sobre um homem que magoou uma mulher drasticamente. Mas não, ele é mais literal do que isso.
Toda semana, meu pai vai para a casa em construção em Ribeirão Pires, para ver se está tudo nos conformes.
Certo dia, ele chegou em casa falando de duas cachorrinhas que estavam abandonadas lá na porta, dentro de uma caixa de madeira, daquelas que se encontra nas feiras, e dentro da caixa, havia um pano branquíssimo e duas cachorrinhas vira-latas, mas com coleirinhas vermelhas.
Ele, que não liga nem um pouco pra animais, entrou e foi cuidar de coisas "mais importantes", mas elas foram atrás dele, pulando na sua perna, querendo atenção (e comida também). E sim, elas conseguiram o sensibilizar. Até conseguiram arrancar o lanche que ele tinha levado para comer.
Ele disse que elas avançaram na comida e até brigaram um pouquinho.
No outro dia eu, que já estava cheio de afazeres, madruguei e fui até Ribeirão. Peguei trem, andei 2,2 km para chegar na casa. E eu nem imaginava que era tão longe. No meio do caminho, parei em um mercadinho e comprei ração para elas.
Cheguei na casa e fui entrando desconfiada, fazendo barulho e esperando latidos altos no meu ouvido, mas não ouvi nada. A casa estava completamente vazia. Só havia fezes de cachorro no chão.
Fui até a rua, olhei para um lado e para outro. Até que eu vi que duas casas depois da minha estava em reforma, e havia duas cachorrinhas lindas pedindo a atenção do pedreiro que estava trabalhando. Eu sabia que era elas. As características batiam com tudo o que o meu pai tinha falado.
Chamei e elas vieram correndo, pulando na minha perna, não desgrudavam.
Subi as escadas e fui até o meu futuro quarto. Abri o pacote de raçaõ (e sim, foi a primeira vez que eu abri um pacote de ração na minha vida, e é muito difícil, diga-se de passagem) e coloquei em uma vasilha que eu tinha levado.
Elas avançaram na vasilha, que ficou pequena, como se estivessem sem comer há meses. Começaram a brigar e eu coloquei a ração em lugares separados.
Comeram, beberam água, brincaram com a bolinha que eu levei e me conquistaram completamente. Quando eu abaixava, elas vinham e deitavam no meu colo, ou então encostavam a cabecinha na minha perna. Não tinham pulgas, não cheiravam mal, eram hiper dóceis, e se eu pegava uma no colo, a outra fazia aquele barulhinho de choro e ficava olhando pra minha cara.
Acho que isso é o bastante pra amolecer qualquer coração. (kkkkkkkkk).
Desci as escadas e por um motivo que eu não entendi direito, elas ficaram. Depois, meu pai disse que era porque elas tinham um pouco de medo de descer.
Aproveitei que elas ficaram e fui rapidinho embora. E imediatamente, fui de estabelecimento a estabelecimento perguntando se na cidade havia algum lugar para doação de cachorrinhos, e acabei achando. É um lugar que vende só coisas para cachorro. Lá eles deixam filhotes expostos para doação, mas já tava cheio. O homem disse para eu ir ligando pra saber se já tem lugar, mas da última vez que eu liguei, nenhum dos filhotes tinham diso adotados ainda! =/
Agora elas estão lá, abandonadinhas e eu aqui, morreeendo de dó.
As cachorrinhas são estas:
Engraçado, que a com cara de mais brava (esquerda), é o ser mais dócil do mundo.
Bom, é isso. Infelizmente não posso ficar com elas, mas se alguém puder, se manifeste, por favor.
Playing: Alma Nova - Zeca Baleiro
Críticas furadas (ou não), filmes bons e ruins, opiniões, criações, pensamentos, enfim...um lugar de expressões criadas entre paredes roxas.
terça-feira, 11 de maio de 2010
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